Professor Nelson – Sociologia. 2º Serie.
O Monopólio da força
legitima.
Segundo o sociólogo
Max Weber, o Estado é a instituição social que dispões do monopólio do emprego
da força sobre um determinado território. A expressão “força legitima”
pressupões que o Estado tem o direito de recorrer à força sempre que isso seja
necessário, e que esse direito é reconhecido pela sociedade sobre o qual o
Estado exerce seu poder. E diferente, por exemplo, da violência utilizada por
malfeitores, considerada ilegítima.
Nas democracias
modernas, a lei confere, ao Estado o direito de recorrer a várias formas de
pressão, inclusive a violência, para que suas decisões sejam abedecidas. Esse
direito é geralmente executado por oficiais de justiça e policiais em
cumprimento de ordens judiciais determinadas pelos detentores do poder
judiciário, um dos poderes do Estado.
O Poder
do Estado.
Segundo ainda Max
Weber o termo poder, sentido mais amplo, designa “a probabilidade de impor a
própria vontade dentro de uma relação social, mesmo contra toda resistências”.
Poder, assim, a probabilidade de alguém se fazer obedecer por outra pessoa. Ter
poder é conseguir impor sua própria vontade sobre a vontade de outros
indivíduos.
Em virtude de seu uso
da força legítima, o Estado detém o poder supremo na sociedade. Ele reserva
para si o direito de impor e de obrigar aqueles que discordam de suas decisões cumprirem
a lei. Qualquer outro uso da força ou coerção – por bandos criminosos, soldado
amotinados, grupos rebeldes – é ilegítimo e coibido pelo Estado.
Tipos
de dominação.
O poder por meio da dominação tradicional se
dá através do costume, quando já está naturalizada em uma cultura e, portanto,
legitimada. Por exemplo, uma fonte de dominação tradicional é o poder dos pais
sobre os filhos, do professor sobre o aluno etc.
O domínio do poder carismático ocorre
quando um indivíduo submete os outros à sua vontade, por meio da
admiração/fascinação e sem uso da violência. O líder carismático controla
os demais pela sensação de proteção, que atrai as pessoas ao seu redor.
A dominação legal tem
como idéia base à existência de um estatuto que pode criar e modificar normas,
desde que seu processo (forma) esteja previamente estabelecido. Portanto,
constitui uma relação desprovida de sentimentos, ou seja, baseia-se unicamente
no profissionalismo e na hierarquia da empresa.
Alguns
componentes do Estado.
O Estado é
essencialmente um, agente de controle social[1]. Difere de outras
instituições – como a família e a Igreja, que também exercem controle – na
medida em que tem poder para regular as relações entres todos os membros da
sociedade.
Os três componentes
mais importantes do Estado são:
·
Território
– constitui sua base física, sobre a qual ele exerce sua jurisdição.
·
População
– é composta pelos habitantes do território que forma a base física e
geográfica do Estado.
·
Instituições
Políticas – entre estas sobressaem os poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário; o núcleo do poder do Estado, com tudo, está nas mãos do governo –
grupo de pessoas colocadas à frente dos órgãos administrativos e que exercem
temporariamente o poder publico em nome da sociedade.
Estado
e Nação.
Embora sejam às vezes
utilizadas como sinônimos, existem grandes diferenças entre os conceitos de
Estado e Nação. A Nação é um conjunto
de pessoas ligadas entre si por laços de permanentes de idioma, tradições,
costumes e valores; e é anterior ao Estado, podendo existir sem ele. Já o
Estado pode compreender varias nações, como por exemplo, Reino Unido (ou
Grã-Bretanha, formada pela Escócia, Irlanda do Norte, País de Gales e
Inglaterra).
Estado
e governo.
Para alguns autores
como Alain Birou em seu Dicionário das
ciências sociais, “o Estado é a organização política da comunidade
histórica que constitui a nação” (BIROU, op., p. 145). O Estado é, portanto,
uma nação com um conjunto de instituições políticas, entre as quais um governo.
Ou ainda “é a nação politicamente organizada”.
Governo e Estado, por
sua vez, não são a mesma coisa. O Estado
é uma instituição permanente, ou de longa duração – o Estado monárquico
constitucional na Inglaterra, por exemplo, subsiste desde 1688, quando ocorreu
a Revolução Gloriosa, que estabeleceu
a Carta de Direito, pela qual é o
Parlamento, e não o Rei (ou Rainha), que exerce o poder. O governo em contra
partida é apenas um componente transitório do Estado. Assim pode-se dizer que,
“o governo muda, mais o Estado continua”.
O Estado é uma
entidade abstrata, que não tem nem “querer” nem “agir” próprio, o governo
(grupo de pessoas) age em seu nome. Por exemplo: a Presidência da República é
um órgão fundamental do Estado brasileiro desde 1889. O presidente da
república, eleito para o mandato de quatro anos, age em nome do Estado e não em
nome de um partido político ou de um grupo político.
Nas democracias, como
virmos, a base de organização do Estado é a constituição – conjunto de leis que
ordena o Estado, estabelece as normas referentes aos poderes públicos e afirma
os direitos dos cidadãos –, à qual se submetem igualmente governantes e
governados.
É a constituição que
atribui legitimidade aos governos das sociedades democráticas. O não
cumprimento da Carta constitucional torna os governos ilegítimos e passíveis de
serem destituído. Isto ocorreu no Brasil em 1992, quando o presidente Fernando
Collor de Mello foi obrigado a renunciar para não sofrer uma ação de impeachment (impedido ou afastado do
cargo), em razão das evidencias de que havia cometido atos de corrupção,
violando assim os princípios constitucionais.
Uma das exigências da
democracia é que haja independência e harmonia entre os poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário. Cada um deve fiscalizar o outro, de modo a garantir
que as leis e regras que regulam a vida dos cidadãos sejam efetivamente
aplicadas.
Em contrapartida
quando, as leis de um país não são mais adequadas a seu funcionamento, cabe ao
Poder Legislativo criar novas leis ou modificar as existentes.
Formas
de governo.
Resumindo os três
poderes do Estado são:
·
Executivo
– incumbido de executar as leis;
·
Legislativo
– encarregado de elaborar as leis;
·
Judiciário
– responsável pela distribuição de justiça e pela interpretação da
constituição. Seus
membros não são representantes do povo, como são os membros dos outros poderes.
O
governo por sua vez, pode adotar as seguintes formas:
·
Monarquia
– o governo é exercido por uma só pessoa (Rei ou Rainha), que herda o poder e o
mantém até a morte;
·
República – o poder é exercido por
representante do povo eleitos periodicamente pelos cidadãos.
Atualmente, em certos
países da Europa, como Grã-Bretanha, Espanha, Suécia e Noruega, a forma de
governo é a monárquica, mas os reis têm apenas um papel simbólico e protocolar,
cabendo ao Parlamento, cujos representantes são democraticamente eleitos, o exercício
efetivo do poder. São chamadas monarquias constitucionais.
Por sua vez, nas
repúblicas modernas há dois tipos de regimes: o parlamentarista e o
presidencialista. Nos países em que foi instituído o regime presidencialista, a
escolha do presidente é feita diretamente pelos eleitores. Esse modelo de
democracia funciona em países como o Brasil, Argentina e o Peru. Já nos regimes
parlamentaristas os eleitores elegem seus representantes no Parlamento e cabe
unicamente a estes a escolha dos membros do poder Executivo. O regime
parlamentarista é aplicado especialmente na Europa, tanto em república como em
Portugal e Itália quanto em monarquias como a Grã-Bretanha e a Suécia.
Exercício
1.
01. De acordo Com Max
Weber, qual é a definição de Estado?
02. Qual significado da expressão “força
legitima” em M. Weber?
03. De acordo com M. Weber, o que é poder?
04. Quais são os principais elementos do
Estado?
05. Diferencie
os três componentes do Estado?
06. O que é nação?
08. De acordo com Birou o que é Estado?
09. De acordo com o texto o que é governo?
10. Qual a diferença entre Estado e governo?
11. Qual a diferença entre Estado e nação?
12. De acordo com o texto o que é uma
constituição?
13. Quais são as forma de governos, de acordo
com o texto?
14. Diferencie as formas de governos presente
no texto?
15. Qual o papel de um Rei ou Rainha, em uma
monarquia constitucional?
16. Qual a diferença entre o sistema
Parlamentar e Presidencialista?
Exercício 2.
01. Segundo o sociólogo Max Weber, o Estado é:
I – a instituição
social que dispões do monopólio do emprego da força sobre um determinado
território.
II – tem o direito de recorrer à força sempre
que isso seja necessário,
III – direito de recorrer à força é
reconhecido pela sociedade sobre o qual o Estado exerce seu poder.
IV – Qualquer pessoa dentro da sociedade tem
o direito de usar a força para conseguir o que quer.
Estão
corretas as opções.
A) I e II. B) II e III. C) I, II e III.
D) I, II, III e IV. E) I, III e IV.
02. De acordo com Max Weber as dominações
classificam em:
A) Dominação Legal, Carismática e
tradicional.
B) Dominação marginal, Carismática e
passional.
C) Dominação Legal, tradicional e masculina.
D) Dominação masculina, legal e tradicional.
03. Quais das opções abaixo representam
características / valores da dominação tradicional:
A) Através do costume, quando já está
naturalizada em uma cultura.
B) Através da admiração/fascinação e sem uso
da violência.
C) A poder dos pais sobre os filhos, do
professor sobre o aluno.
D) baseia-se unicamente no profissionalismo e
na hierarquia da empresa.
04. De acordo com o texto discutido em sala
de aula, o Estado é composto por três elementos são eles:
A) Território, População e a Igreja.
B) População e Instituições Políticas e a
família.
C) Território, População e Instituições Políticas.
D) População e Instituições Políticas e a
Policia.
05.
Quais das opções a baixo estão associadas à noção de nação presente no
texto:
I –
Grupos de pessoas ligadas entre si por laços de permanentes de idioma, tradições,
costumes e valores;
II – é anterior ao Estado, podendo existir
sem ele;
III – é posterior ao Estado e não pode
existir sem ele;
Estão
corretas as opções.
A) I e II. B) II e III. C) I e III.
D) I, II, III.
06. Quais das opções a baixo estão associadas
à noção de Estado presente no texto:
I – Organização política da comunidade
histórica que constitui a nação;
II – É a nação politicamente organizada
III – Pode compreender varias nações,
IV – Uma nação com um conjunto de instituições
políticas, entre as quais um governo.
V – É uma instituição permanente, ou de longa
duração;
Estão
corretas as opções.
A) I e II. B) II e III. C) I, II, III e V.
D) I, II, III e IV. E) I, III, IV e V.
07.
Quais das opções a baixo estão associadas à noção de governo presente no
texto:
I – É uma instituição permanente, ou de longa
duração;
II – É um componente transitório do Estado.
III – Grupo de pessoas que age em nome do
Estado.
Estão
corretas as opções.
A) I e II.
B) II e
III. C) I e III.
D) I, II, III.
[1]
Controle social é conjunto de
expressões sociais - usos, costumes, leis, instituições e sanções - que tem
como escopo a socialização do indivíduo e a manutenção da estrutura social,
através da imposição de modelos de comportamentos, apoiados nos valores e interesses
da classe dominante ou no consenso grupal. A sociologia classifica o controle
social em formal e informal. Os usos, costumes e a opinião pública são
mecanismos de controle informal, enquanto a Lei é controle formal por
excelência.
QUAL É O GABARITO?
ResponderExcluircade o gabarito?
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