domingo, 16 de novembro de 2014

AULA PARA 3ª SÉRIE DO C.E.J.E. M.S.


                                                          Aula 1: O que é alienação?
Alienado!
Virou até xingamento, mas o que é que isso significa mesmo?
Machado de Assis tem um excelente livro que se chama O Alienista. Se ainda não leu, recomendo. O “bruxo do Cosme velho” ( O escritor brasileiro, genial, ganhou esse apelido porque morava no bairro Cosme velho, aquele que tem logo na saída do túnel Rebouças, na capital). Mas estamos saindo do tema... No alienista, Machado de Assis conta uma história que se passa num hospício e alienista é o médico dos loucos.
Então, quando dizem “alienado” querem dizer louco?
Nem sempre! É que alienação tem vários sentidos. Vamos conhecer alguns deles?
Quando falamos de alienação no sentido legal, ou seja, juridicamente, significa a perda de um bem, um direito pela venda de algo, hipoteca. Por exemplo, quando você compra um carro com financiamento bancário o carro só será seu quando terminar de pagar. O carro, o bem que você adquiriu, fica alienado e se você não pagar o banco ficará com ele.
No dia a dia chamamos de alienado aquela pessoa desinteressada do que acontece no mundo e vive sem se ligar em questões fundamentais da vida: como a política, por exemplo.
E como vimos, existem também os alienados mentais que é quando alguém está com a as faculdades mentais prejudicadas. Vulgarmente falando: os loucos.
Observe que em todos os sentidos, aqui apresentados, alienação tem relação com perder alguma coisa: um bem material, o controle de si mesmo, a consciência e a compreensão sobre os fatos que se sucedem.
Vamos pedir ajuda para a língua portuguesa: etimologicamente a palavra alienação vem do latim Alienare, alienus e que significa “que pertence a um outro” E outro é alius.
Alienar, portanto é tornar alheio, é transferir para outro o que é seu.
Agora ficou fácil: alienar é transferir para outro o que é seu.
Rousseau, um importante filósofo francês da modernidade, diz que a soberania de um povo é inalienável.
“A soberania não pode ser representada pela mesma razão porque não pode ser alienada, consiste essencialmente na vontade geral e a vontade absolutamente não se representa. É ela mesma ou é outra.” (ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do Contrato Social.)
Ao dizer que a soberania de um povo é inalienável (contrário de alienável) ele está afirmando que a soberania é sempre do povo, pertence ao povo de um país.
Lembre-se sempre disso quando pensar na democracia representativa que vivemos. Elegemos nossos representantes, mas o poder é sempre do povo e não dos políticos. Por isso a imagem do povo tomando o prédio do Congresso nacional, no dia 17 de junho de 2013, emocionou tanto os brasileiros. Andávamos esquecidos disso.
Mas a partir de agora nós vamos centrar na noção de alienação na produção. Afinal, daqui a pouco você vai terminar o Ensino Médio e vai participar mais ativamente do mundo do trabalho.
Gostaríamos que você pudesse se engajar nas lutas trabalhistas e se apropriar não somente do termo alienação, mas da sua própria vida, de tal maneira que a exploração capitalista tenha menos espaço na sua trajetória. Até porque, infelizmente, a alienação não é somente uma teoria.
A alienação se dá na vida, a partir da divisão social do trabalho, quando o produto do trabalho não é mais do trabalhador, mas do patrão. Não é nada fácil, mas tomar consciência do que é, como é, e o por qual motivo a alienação existe vai ajudá-lo a fazer escolhas melhores. Pode apostar nisso!
Vamos situar isso na história do trabalho humano?
Tudo começou, ou melhor, se intensificou na Revolução Industrial. Antes das fábricas, nós, os seres humanos, produzíamos o que precisávamos consumir em pequenas escalas, em pequenas oficinas domésticas. Nesse tempo, o trabalhador conhecia todas as etapas da produção do seu trabalho e os mestres ensinavam aos seus aprendizes que se tornariam, um dia, mestres também.
Depois surgiram a fábricas, e produzir se tornou mais complexo. Nas fábricas cada trabalhador faz uma pequena parte do produto.
O trabalhador não era mais dono do produto que fabricava. Ele não era mais dono do seu tempo. Na fábrica vende-se a força de trabalho para o patrão em troca de um salário. Ou seja, o trabalhador não trabalha mais pra ele, mas para a fábrica em troca de um salário. O trabalhador aceita o trabalho sem escolher o salário, sem escolher o ritmo do seu trabalho e o tempo do trabalhador não é mais dele. E tudo que o trabalhador fará no seu tempo dentro da fábrica pertence ao patrão que venderá os produtos pelo preço que quiser, segundo a lei da oferta e da procura. O patrão buscará sempre o lucro, mas esse não será refletido no salário do trabalhador. Servirá para enriquecer mais o patrão que é o dono das máquinas.
Olha a alienação aí: o trabalhador não mais se comanda. É comandado por forças externas. O mercado de trabalho, a lei da oferta e da procura determina sua vida. Sua vida passa a ser controlada por outro.
A mercadoria que o trabalhador da fábrica produz é superior a ele. A isso chamamos de fetichismo da mercadoria. O dinheiro, O CAPITAL, o lucro, passa a ser o mais importante. Mais importante do que o próprio homem que trabalha. O trabalhador fica desumanizado, “coisificado” (de coisa), pois ele mesmo é visto como mercadoria, pois a sua força de trabalho tem um preço específico no mercado.
A divisão do trabalho foi descrita num livro chamado Princípios de administração científica, de Frederick Taylor (1856-1915). Nesse livro, ele estabelece um método de racionalização da produção. O taylorismo visava aumentar a produtividade economizando tempo, suprimindo gastos desnecessários no processo produtivo.
Henry Ford, da indústria automobilística entendeu bem isso e levou os ensinamentos para a indústria automobilística. E o século XX conheceu o sucesso do sistema de linha de montagem.
Sem dúvida deu muito certo para produzir mais em menos tempo. Henri Ford e muitos outros ficaram milionários. Rapidamente a lógica da produtividade saiu das fábricas e tomou conta de outros setores da vida humana. Tempo é dinheiro. Slogan conhecido por todos nós e que guarda essa perversidade da lógica da fábrica predominar na nossa maneira de viver.
O homem reduzido a gestos mecânicos foi retratado em Tempos Modernos, filme clássico de Charles Chaplin. Se não assistiu ainda, assista!
Foi dada a largada para a caça de postos mais altos, onde os trabalhadores oprimidos sobem de posto e passam a oprimir outros trabalhadores. Assim é no capitalismo selvagem. Termo cunhado para indicar que o caminho do ser humano não pode ser esse. Um homem não pode ser e nem deve se deixar ser explorado por outros homens.
Lembre-se de toda essa história ao fazer suas opções no mundo do trabalho. Sabemos que não é nada fácil, mas com consciência e sem se deixar enganar por falsas ilusões você poderá trilhar um caminho honesto e digno, contribuindo para que a solidariedade entre os homens possa aos pouco substituir a competitividade que essa forma de produção acabou por intensificar gerando tantas injustiças sociais.
Marx tentou fazer uma revolução contra o capitalismo. Ele clamava: Trabalhadores do mundo uni-vos!
Revoluções aconteceram em alguns lugares do mundo, mas nenhuma delas foi suficiente para acabar de vez com a opressão de um ser humano sobre outro ser humano. Continuamos tentando e esperamos que você faça a sua parte para um mundo melhor e mais justo para todos.

TRABALHO 0 1:
Questão 01- Vimos alguns sentidos para a palavra alienação. Cite dois deles.
Questão 02- Explique com suas palavras a relação do conceito de alienação na produção com a divisão social do trabalho.
Questão 03- No dia 17 de junho de 2013, protestos simultâneos tomaram as ruas das principais cidades brasileiras. Em Brasília, milhares de pessoas, a maioria jovem, romperam o cerco policial e subiram no teto do congresso nacional. Observe a foto abaixo e faça uma consideração sobre esse movimento que ficou conhecido como a marcha do vinagre , estabelecendo uma relação sobre poder e democracia visto na aula de hoje.

Aula 02: Conceito de Ideologia.
Ideologia é um termo que possui diferentes significados e duas concepções: a neutra e a crítica.  A neutra Ideologia é um conjunto de crenças, valores e atitudes culturais que servem de base e, por isso, justificam até certo ponto e tornam legitimo o “status quo” ou movimentos para mudá-lo.
A ideologia não pode ser compreendida apenas como um conjunto de idéias, que pelos mais diferentes meios (meios de comunicação de massas, escola, igrejas, etc.) são enfiados na cabeça dos indivíduos.  Isto levaria ao equívoco de conceber uma ação anti-ideológica como a simples troca de velhas por “novas” idéias.       
Quando, numa sociedade de classes, uma delas detém os meios de produção tende a deter também os meios para universalizar sua visão de mundo e suas justificativas ideológicas a respeito das relações sociais de produção que garantem sua dominação econômica.  “As idéias da classe dominante são em cada época as idéias dominantes.”               
 “Esta universalização da visão de mundo da classe dominante se explica não apenas pela posse dos meios ideológicos e de difusão, mas também e fundamentalmente pela correspondência que encontra nas relações concretas assumidas pelos indivíduos e classes.  Não são ‘simples ideias’, como afirma Marx:”.
Isso mesmo também pode definir Ideologia como um conjunto de idéias, concepções, opiniões sobre algum tema, quando perguntamos, por exemplo, qual é a ideologia de um determinado pensador, estamos nos referindo à doutrina, a um conjunto de posicionamentos e idéias seguidos por ele diante determinados fatos.
            Do ponto de vista marxista, a maioria das ideologias reflete os interesses de grupos dominantes, como maneira de perpetuar sua dominação e privilégio. A ideologia é um conceito que denota "falsa consciência": uma crença mistificaste que é socialmente determinada e que se presta a estabilizar a ordem social vigente em benefício das classes dominantes. Quando a ideologia da classe dominante sofre sérios abalos, devido ao surgimento de conflitos sociais (contradições sociais), há riscos de ocorrer uma ruptura da ordem social vigente por um movimento revolucionário.
Cabe aqui citarmos também outra definição de ideologia, muito importante, a do pensador Antonio Gramsci, para ele a ideologia significava uma concepção de mundo, manifestando-se de modo tácito na arte, no direito, na atividade econômica, enfim em todas as manifestações da vida, e ainda de acordo com Gramsci, a ideologia tem por função conservar a unidade de toda sociedade.
Segundo Gramsci, as ideologias: “(…) organizam as massas humanas, formam o terreno sobre o qual os homens se movimentam, adquirem consciência de sua posição, lutam, etc.”.        
A função principal da ideologia é ocultar e dissimular as divisões sociais e políticas dar-lhes à aparência de indivisão e de diferenças naturais entre os seres humanos. Indivisão: apesar da divisão social das classes, somos levados a crer que somos todos iguais porque participamos da idéia de “humanidade”, ou da idéia de “nação’ e “pátria”, ou da idéia de “raça”, etc. Diferenças naturais: somos levados a crer que as desigualdades sociais, econômicas e políticas não são produzidas pela divisão social das classes, mas por diferenças individuais dos talentos e das capacidades, da inteligência, da força de vontade maior ou menor, etc.
Para compreender melhor, leia o quadro abaixo:
Característica
O que faz?
Exemplo
Prescrição de normas
Orienta as ações humanas. Modelam os interesses humanos. / Diz o que se deve fazer, pensar ou expressar
A ideia de monogamia faz com que homens e mulheres a achem justa
Representação da realidade
Dá sentido à realidade humana.
Se utiliza de símbolos e criação mental.
O conceito de pátria ou o sentimento patriótico
Generalização do particular
Trata o específico como exemplo de um fenômeno geral.
Todos os alunos (as) de uma determinada turma são iguais
Inversão da realidade
Esconde as reais causas de um fenômeno.
O MST não luta pela reforma agrária, mas invade as terras.
Naturalização das ações humanas
Torna normal e natural aquilo que é histórico e contingente.
A desigualdade entre os homens e mulheres é normal. Por isso devem ser tratadas de forma inferiorizada.
Reificação da realidade
As coisas aparecem com vida própria, ou seja, coisas inertes ganham aspectos naturais, não construídas pelos homens.
Os salários não expressam relações desiguais de trabalho, mas são apenas salários
A produção ideológica da ilusão social tem como finalidade fazer com que todas as classes sociais aceitem as condições em que vivem, julgando-as naturais, normais, corretas, justas, sem pretender transformá-las ou conhecê-las realmente, sem levar em conta que há uma contradição profunda entre as condições reais em que vivemos e as ideias.
            Por exemplo, a ideologia afirma que somos todos cidadãos e, portanto, temos todos os mesmos direitos sociais, econômicos, políticos e culturais. No entanto, sabemos que isso não acontece de fato: as crianças de rua não têm direitos; os idosos não têm direitos; os direitos culturais das crianças nas escolas públicas é inferior aos das crianças que estão em escolas particulares, pois o ensino não é de mesma qualidade em ambas; os negros e índios são discriminados como inferiores; os homossexuais são perseguidos como pervertidos, etc.
            A maioria, porém, acredita que o fato de ser eleitor, pagar as dívidas e contribuir com os impostos já nos faz cidadãos, sem considerar as condições concretas que fazem alguns serem mais cidadãos do que outros. A função da ideologia é impedir-nos de pensar nessas coisas.
            Em sentido mais geral, a cultura de todos os sistemas sociais inclui uma ideologia que serve para explicar e justificar sua existência como estilo de vida.


                   Avaliação

 01. (UERJ 2009)   Ideologia ( Cazuza e Frejat)


“Meu partido é um coração partido
E as ilusões estão todas perdidas
Os meus sonhos foram todos vendidos
Tão barato que eu nem acredito
Ah, eu nem acredito
Que aquele garoto que ia mudar o mundo (Mudar o mundo)
Frequenta agora as festas do “Grand Monde”
Meus heróis morreram de overdose
Meus inimigos estão no poder
Ideologia Eu quero uma pra viver”
A palavra "ideologia" é dicionarizada ora como "conjunto de ideias, pensamentos, doutrinas e visões de mundo de um indivíduo ou de um grupo", ora como "conjunto de ideias que visa à manipulação e à alienação das pessoas".
Os versos que melhor se relacionam à primeira e à segunda acepções, respectivamente, são:
A) Os meus sonhos foram todos vendidos"/ Eu vou pagar a conta do analista (v. 4 e 19)
B) Meus heróis morreram de overdose / É um coração partido (v. 10 e 2)
C) Eu quero uma pra viver" / Frequenta agora as festas do ‘Grand Monde(v. 13 e 9)
D) Meu sex and drugs não tem nenhum rock'n'roll / "(Mudar o mundo) (v. 18 e 22)

02. Com referência a ideologia, assinale a opção correta.
A) É um conjunto de ideias, valores, concepções ou opiniões acerca de pontos não-sujeitos a discussões.
B) Constitui, de acordo com Marilena Chauí, um corpo não sistematizado de representações e normas que nos ensinam a pensar e agir em sociedade.
C) Implica, em sua visão negativa, assumir que as diferenças de classe e os conflitos sociais são ocultos ou justificados em nome de uma sociedade justa e harmônica.
D) É para Marx, de tal maneira insidiosa, que somente aqueles que a utilizam como instrumento de dominação percebem o seu caráter ilusório.

03. Quando se fala em ideologia como visão distorcida das relações sociais, forma alienada de ver a realidade, queremos mostrar, por meio do pensamento marxiano, que “a função principal da ideologia é ocultar e dissimular as divisões sociais e políticas, dar-lhes a aparência de indivisões e de diferenças naturais entre os seres humanos”. Quando Chaui refere-se a dar falsas aparências e dissimular relações sociais, ela, sobretudo, ressalta a concepção marxista de ideologia construída em cima principalmente de uma crítica às visões sobre o mesmo tema que tinham os jovens hegelianos. Marcelo D. M. Ideologia e ocultamento no pensamento marxiano. Internet: http://www.ucpel.tche.br/
A partir desse texto, assinale a opção correta a respeito das ideias de Marx.
A) O conceito de alienação da produção refere-se apenas à ocultação dos lucros obtidos a partir da exploração do trabalho assalariado.
B) A alienação filosófica acontece quando o Estado representa os interesses da burguesia hegemônica.
C) A democracia representativa é instrumento de alienação das classes trabalhadoras, na medida em que o Estado representa apenas os interesses das classes dominantes.
D) A recuperação da condição humana só poderá ocorrer por meio da transformação e evolução contínua do capitalismo.

04. (Ueg 2009) Ideologia é um conceito 
(__) desenvolvido por Marx e significa uma falsa consciência produzida pelos especialistas no trabalho intelectual. 
(__) desenvolvido por Weber e significa um processo de passagem da ética protestante para o espírito do capitalismo. 
(__) que significa anomia, para Durkheim; alienação, para Marx; e racionalização, para Weber. 
(__) criado por Durkheim e significa ausência de leis e regras na sociedade. 

05. (Uem 2011) Assinale o que for correto sobre o conceito de ideologia. 
(__) Expressa a visão social de mundo de um grupo ou classe social que se impõe ou busca a imposição sobre outro. 
(__) Define as escolhas dos indivíduos e age sobre eles como um corpo sistemático de representações e de normas. 
(__) Gera processos de identificação e aceitação de comportamentos, condenando as condutas desviantes. 
(__) Pretende reproduzir a sociedade e a estrutura de classes que nela se estabelece. 
(__) Mantém independência dos processos cotidianos da vida social, tendo suporte nas relações estabelecidas no mundo do trabalho.

06. (PITÁGORAS) Comumente ouvimos falar do modo de vida americano, o american way of life. Trata-se de um ideal muito difundido nos Estados Unidos, o qual estabelece a felicidade como resultado necessário do trabalho individual, que é recompensado com o acesso ao consumo de determinados bens. Sob o ponto de vista de certo marxismo, isso não passa de uma ___________ burguesa, a qual identifica no mercado a garantia de sustentação dos seus privilégios de classe.
INDIQUE a palavra que melhor completa o trecho lido.
A) Ideologia.                                B) Conspiração.                         C) Indústria cultural.
D) Percepção.                               E) Alienação.

07. (UnB/Cespe) Acerca da relação entre ideologia e consumo, assinale a opção correta.
A) A propaganda comercial tem como objetivo vender um produto, serviço ou marca ao consumidor, o que
a descaracteriza como propaganda ideológica.
B) O apelo da propaganda comercial, sempre racional, enfatiza as virtudes do produto.
C) A propaganda exerce uma função modelizante, visto que define o comportamento socialmente aceito,
por meio da veiculação dos valores das classes hegemônicas.
D) A publicidade vende conceitos e ideias que, raramente, extrapolam as características do produto.

08. (VUNESP) Ao final do século passado, a dominação e a espoliação assumiram características novas nas áreas partilhadas e neocolonizadas. A crença no progresso, o darwinismo social e a pretensa superioridade do homem branco marcaram o auge da hegemonia européia. Assinale a alternativa que encerra, no plano ideológico, certo esforço para justificar interesses imperialistas:
A) A humilhação sofrida pela China, durante um século e meio, era algo inimaginável para os ocidentais.
B) A civilização deve ser imposta aos países e raças onde ela não pode nascer espontaneamente.
C) A invasão de tecidos de algodão do Lancashire desferiu sério golpe no artesanato indiano.
D) A diplomacia do canhão e do fuzil, a ação dos missionários e dos viajantes naturalistas contribuíram para quebrar a resistência cultural das populações africanas, asiáticas e latino-americanas.   
E) O mapa das comunicações nos ensina: as estradas de ferro colocavam os portos das áreas colonizadas em contato com o mundo exterior.

09. Um dos conceitos mais importantes da obra de Karl Marx é o de ideologia. Em relação a ele, é correto afirmar que:
A) a ideologia seria a representação fiel da realidade, por estar intimamente vinculada às condições sociais de produção;
B) a divisão entre o trabalho manual e intelectual levou ao fim da ideologia;
C) a ideologia, quando promovida pelos intelectuais, seria algo abstrato, pois se partia das ideias e não da prática, da vida real;
D) a ideologia era um elemento que possibilitaria o fim da luta de classes e o surgimento do socialismo;
E) o processo histórico seria determinado pela ideologia, que teria por base a formação econômica, política e social das sociedades humanas;

10. ( UEL ) De acordo com K. Marx, uma situação semelhante à descrita no texto, em que trabalhadores isolados em suas tarefas no processo produtivo “não percebem seus colaboradores na mesma obra, nem tem ideia dessa obra comum”, é explicada pelo conceito de:
A) Alienação.                           B) Ideologia.                          C) Estratificação.
D) Anomia social.                    E) Identidade social.

sábado, 15 de novembro de 2014

AULA PARA 2ª SÉRIE DO C.E.J.E.M.S.



COLÉGIO ESTADUAL JOSÉ EDUARDO DE MACEDO SOARES
PROF. Antonio Nelson / Disc. Filosofia / 2ª Série do Ensino Médio/ 4ª Bimestre
NOME: ________________________________________________ Nº___ Turma:_______Data__/__/14

Aula 01: noção de razão na modernidade
               Nossa época, diz Kant, é propriamente a época da crítica, à qual tudo deve submeter-se.
Caro aluno, nesta atividade, iremos conhecer e discutir um importante tema da filosofia. Muitos pensadores se preocuparam com esse assunto e você poderá perceber como esse tema a “noção de razão na modernidade” também diz respeito a todos nós. Então, vamos conhecer uma pouca mais da filosofia?!
          Muitas vezes são atribuídas à modernidade ou à racionalidade, ou à razão, ou à "racionalidade moderna", entre outros nomes, as inúmeras atrocidades que tiveram lugar no século XX. Entre os mais importantes dos primeiros pensadores hostis à "razão moderna" encontra-se Pascal. Mais próximos de nós, os pensamentos de Nietzsche, Heidegger, por um lado, e de Max Weber e Adorno, por outro, são, provavelmente, as mais importantes matrizes contemporâneas dessa desconfiança.
Entre os contemporâneos, são muitos os que, como Zygmunt Bauman, argumentam que os genocídios e massacres do século passado resultaram das concepções modernas da sociedade. Um exemplo: o cientista político e antropólogo norte-americano James Scott afirma que grande parte das tragédias políticas do século XX "agitaram a bandeira do progresso, da emancipação e da reforma" que, segundo ele, caracterizam os tempos modernos.
Por isso, caro aluno, pense e reflita sobre os seguintes pontos:
1) a nossa época, isto é, a modernidade, é a época da crítica? Por quê?
2) a crítica é uma manifestação da razão? Justifique.
3) a crítica se dá o direito de investigar, de modo irrestrito e público, absolutamente tudo?
4) a crítica não respeita ou endossa coisa alguma que não se submeta ao seu critério;
5) a crítica é capaz de criticar a si própria?
Etimologicamente, crítica quer dizer separação, distinção, escolha, seleção, juízo. É a crítica que separa, por exemplo, a esfera religiosa da esfera secular, separação que consideramos característica da modernidade.
É verdade que, além de ser crítica, a razão é também usada como um instrumento para a construção de sistemas de pensamento: de teorias científicas, tecnologias, obras de arte, conceitos filosóficos, concepções teológicas, ideologias e até de religiões.
Contudo, na modernidade, essas mesmas construções da razão instrumental, como tudo o que há, também estão sujeitas a serem criticadas pela própria razão. Pois bem, na medida em que as construções da razão sejam subtraídas à crítica, esta as rejeita. É o caso das ideologias que serviram de pretexto para justificar as violências totalitárias. Ainda mais grave e incompatível com a crítica é a constituição de impedimentos, como a censura, para o seu exercício. Ora, uma vez que qualquer totalitarismo, mesmo quando tenta justificar-se com argumentos racionalmente construídos, estabelece impedimentos para o exercício da crítica universal, irrestrita e pública.
Atividade 01 Vamos exercitar nossos conhecimentos?
01) A crise da razão se manifesta na crise do indivíduo, por meio da qual se desenvolveu. A ilusão acalentada pela filosofia tradicional sobre o indivíduo e sobre a razão – a ilusão da sua eternidade – está se dissipando. O indivíduo outrora concebia a razão como um instrumento do eu, exclusivamente. Hoje, ele experimenta o reverso dessa autodeificação.
(HORKHEIMER, M. Eclipse da razão. São Paulo: Centauro, 2000, p.131.)
Com base nos conhecimentos sobre a crise da razão e do indivíduo, considere as afirmativas a seguir.
I. A crise do indivíduo implica sua fragmentação: embora ele ainda se represente, a imagem que possui de si é incompleta, parcial.
II. A crise do indivíduo resulta de uma incompreensão: ignorar que ele é uma particularidade ordenada (microcosmo) inserida numa totalidade ordenada (macrocosmo).
III. O indivíduo, que é unitário, apreende a si mesmo e ao mundo plenamente, faltando-lhe, porém, os meios adequados para comunicar tal conhecimento.
IV. O desenvolvimento das ciências humanas levou a uma recusa da ideia universal de homem: nega-se à razão o poder de fundamentar absolutamente o conhecimento sobre o indivíduo. 
 Assinale a alternativa correta.
A) Somente as afirmativas I e II são corretas. 


B) Somente as afirmativas I e IV são corretas.

C) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
D) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
E) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
02. O ser humano, desde sua origem, em sua existência cotidiana, faz afirmações, nega, deseja, recusa e aprova coisas e pessoas, elaborando juízos de fato e de valor por meio dos quais procura orientar seu comportamento teórico e prático. Entretanto, houve um momento em sua evolução histórico-social em que o ser humano começa a conferir um caráter filosófico às suas indagações e perplexidades, questionando racionalmente suas crenças, valores e escolhas. Nesse sentido, pode-se afirmar que a filosofia:
A) é algo inerente ao ser humano desde sua origem e que, por meio da elaboração dos sentimentos, das percepções e dos anseios humanos, procura consolidar nossas crenças e opiniões.
B) existe desde que existe o ser humano, não havendo um local ou uma época específica para seu nascimento, o que nos autoriza a afirmar que mesmo a mentalidade mítica é também filosófica e exige o trabalho da razão.
C) inicia sua investigação quando aceitamos os dogmas e as certezas cotidianas que nos são impostos pela tradição e pela sociedade, visando educar o ser humano como cidadão.
D) surge quando o ser humano começa a exigir provas e justificações racionais que validam ou invalidam suas crenças, seus valores e suas práticas, em detrimento da verdade revelada pela codificação mítica.

03. O pensamento moderno é fortemente marcado por duas famosas correntes filosóficas, a saber: o racionalismo e o empirismo. Esta defende que somente a sensação é fonte confiável para um conhecimento seguro, conforme diz Hume; aquela, ao contrário, afirma ser a razão a fonte de todo e qualquer conhecimento, sendo Descartes o expoente de tal corrente. Assim, a frase que melhor expressa o pensamento de Descartes é:
A) “penso, logo existo”;
B) “nada há no intelecto que não tenha passado pelos sentidos”;
C) “a existência precede a essência”;
D) “a existência depende da essência”;
E) “a existência é determinada por Deus”

Aula 2: ciência e cientificismo
Caro aluno, nesta atividade, iremos conhecer um pouco mais da filosofia e sua relação com a ciência. O título é ciência e cientificismo. Vamos estudar?
Ciência é um dos modos pelo qual o homem tenta explicar a realidade a sua volta, "um sistema de adquirir conhecimento baseado no método científico, assim como ao corpo organizado de conhecimento conseguido através de tal pesquisa". Esse método científico geralmente é rigoroso e sempre se baseia em dados empíricos e falseáveis, isto é, dados adquiridos de experimentações, e que podem ser comprovados por esses experimentos.
Já o cientificismo é a valorização exagerada do conhecimento científico, visto como o único conhecimento perfeito. Porque se preocupa reduzir tudo o que existe à ciência. Será que a ciência pode abarcar todo o conhecimento? Será que todas as explicações são científicas? Será que não existe nada além da ciência?
Então, qual deverá ser o papel do filósofo diante da ciência? É importante pensar! Assim, é muito bom discutir os conceitos que são usados, da validade dos métodos, do valor das conclusões, bem como da concepção de homem subjacente a cada ciência, estabelecer a interdisciplinaridade dos diversos campos do saber, refletir, investigar e analisar as condições em que se realizam as pesquisadas e as consequências das técnicas utilizadas.
Assim, por exemplo, os filósofos apontam para certo risco do cientificismo, pois tal conceito é a crença de que o único discurso capaz de trazer a verdade sobre o mundo, que o único discurso "correto" é o científico. É acreditar que toda a realidade humana pode ser descrita pela ciência, e somente por ela.
Nada mais falso, já que a ciência é limitada pelo método que utiliza, que enfoca a realidade apenas em uma de suas facetas, além de que outros discursos, como o da Filosofia e das Artes, por exemplo, também podem abordar satisfatoriamente muitos aspectos da realidade. E muitas vezes de maneira bem mais profunda do que a ciência.
Por isso, aluno não deixe de estudar e de refletir sobre o verdadeiro papel da ciência em nossas vidas.

Atividade 02: Leia com atenção e responda as questões que se seguem.
01. “Para concluir, acho que só há um caminho para a ciência – ou para a filosofia: encontrar um problema, ver a sua beleza e apaixonarmo-nos por ele; casarmo-nos com ele, até que a morte nos separe – a não ser que encontremos outro problema ainda mais fascinante, ou a não ser que obtenhamos uma solução. Mas ainda que encontremos uma solução, poderemos descobrir, para nossa satisfação, a existência de toda uma família de encantadores, se bem que talvez difíceis, problemas-filhos, para cujo bem-estar poderemos trabalhar, com uma finalidade em vista, até ao fim dos nossos dias.” (POPPER, Karl. O Realismo e o objetivo da ciência. Trad. de Nuno Ferreira da Fonseca. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1997. p. 42.)
Com base no texto e nas discussões, assinale a alternativa correta.
A) Para a ciência e a filosofia, a solução dos problemas que elas mesmas propõem é um objetivo inatingível.
B) Os problemas, filosóficos ou científicos, são prejudiciais à investigação.
C) Para a investigação científica, ou filosófica, é irrelevante a existência de problemas.
D) A ciência e a filosofia investigam problemas que constituem para elas o elemento motivador de suas próprias atividades.

02. A filosofia, no que tem de realidade, concentra-se na vida humana e deve ser referida sempre a esta para ser plenamente compreendida, pois somente nela e em função dela adquire seu ser efetivo. VITA, Luís Washington. Introdução à Filosofia, 1964, p. 20.
Sobre esse aspecto do conhecimento filosófico, é CORRETO afirmar que
A) a consciência filosófica impossibilita o distanciamento para avaliar os fundamentos dos atos humanos e dos fins aos quais eles se destinam.
B) um dos pontos fundamentais da filosofia é o desejo de conhecer as raízes da realidade, investigando-lhe o sentido, o valor e a finalidade.
C) a filosofia é o estudo parcial de tudo aquilo que é objeto do conhecimento particular.
D) o conhecimento filosófico é trabalho intelectual, de caráter assistemático, pois se contenta com as respostas para as questões colocadas.

03. “Primeiro foi o espanto, depois o despertar crítico e a decepção. O ser humano queria uma explicação para o mundo, uma ordem para o caos. Ele queria, enfim, a verdade. Essa busca da verdade tornou-se cada vez mais exigente com o conhecimento que adquiria e transmitia. Ambicioso, o homem sentia uma necessidade crescente de entender e explicar de maneira clara, coerente e precisa. Essa busca do saber fez nascer a filosofia.”
Assinale a alternativa que caracteriza corretamente a atitude filosófica.
A) O conhecimento filosófico é uma conquista recente da humanidade: no pensamento grego antigo, filosofia e mitologia encontravam-se unidas e só vieram a se separar no século XVII, com a ciência galileana.
B) A atitude filosófica caracteriza-se pela passagem do senso comum para o bom senso: enquanto o senso comum é conhecimento acrítico e fragmentário da realidade, o bom senso trata de organizá-lo criticamente em um todo coerente, o qual podemos chamar de filosofia de vida.
C) A dúvida e a incerteza do pensamento caracterizam exemplarmente a atitude filosófica: “Só sei que nada sei” é, desde Sócrates, a proposição que expressa o método, por excelência, da filosofia.
D) A exigência de rigor, clareza e crítica é própria da atitude filosófica. Em seu exercício ordinário, a filosofia é essencialmente teórica, mas isso não significa que ela esteja à margem do real, do mundo.

Aula 3: escola: espaço democrático e de conhecimento
Caro aluno, agora chegou a hora de discutirmos a escola como espaço de democratização do saber e de construção do conhecimento. Isso também é uma questão filosófica. O que será uma escola democrática? A sua escola é? Qual a relação de escola democrática com a filosofia?
Uma das características marcantes desse tipo de escola é o diálogo entre todos os envolvidos no processo: por exemplo, pais, educadores e estudantes se reúnem em uma Assembleia para conversarem sobre o que é necessário para a escola, desde o conteúdo na sala de aula, até se a escola precisa de pintura ou não, em algumas escolas até as crianças de dois anos participam desta reunião.
A escola democrática é diferente da escola tradicional. Os alunos junto com os professores escolhem o que será aprendido. A outra é a escola que muitos de nós estudamos, ou estudou, onde as coisas simplesmente são impostas aos alunos, como se estes não fizessem parte do processo.
A escola, enquanto espaço de construção de conhecimento, deve despertar o interesse de alunos pela preservação da Escola através de aprendizado multidisciplinar. O espaço escolar e o conhecimento podem despertar projeto de interesse dos alunos das escolas para preservação da Escola como patrimônio público-cultural. Por isso, cuide da sua escola
Atividade 3
01. “Só se pode entender o que é a filosofia, a que ponto ela não é uma coisa abstrata – da mesma forma que um quadro ou uma obra musical não são absolutamente abstratos –, só através da história da filosofia, com a condição de concebê-la corretamente. (...) Há uma coisa que me parece certa: um filósofo não é uma pessoa que contempla e também não é alguém que reflete. Um filósofo é alguém que cria. Só que ele cria um tipo de coisa muito especial, ele cria conceitos. Os conceitos não nascem prontos, não andam pelo céu, não são estrelas, não são contemplados. É preciso criá-los, fabricá-los em função dos problemas que são constituídos, problemas que o pensamento enfrenta e que têm um sentido. [Em suma,] fazer filosofia é constituir problemas que têm um sentido e criar os conceitos que nos fazem avançar na compreensão e na solução dos problemas”. Gilles Deleuze. (COTRIM. Fundamentos da filosofia: história e grandes temas. 16ª Ed., São Paulo: Saraiva, 2006).
Sobre o excerto acima seguem as seguintes afirmações:
I. Para Deleuze a tarefa do filósofo é criativa.
II. Conforme a concepção de Deleuze cabe à filosofia contemplar e refletir sobre os problemas que existem desde sempre e, para eles, encontrar conceitos que verdadeira e definitivamente os solucionem.
III. A filosofia é uma atividade criativa, assim como a arte, no entanto o que ela cria são conceitos.
IV. Deleuze retira do filósofo o direito à reflexão sobre o mundo ou sobre o que os outros filósofos pensaram.
Dessas afirmações
A) apenas uma está correta.                                                          B) apenas uma está incorreta.
C) duas estão corretas e duas estão incorretas.                             D) todas estão corretas.
E) todas estão incorretas.

Avaliação
01. Explique a diferença entre ciência e cientificismo.

02. Como a escola pode ser um espaço de democracia e de construção de novos saberes? Justifique sua resposta.

As questões de 3 a 5 são objetivas. Assinale a única resposta correta em cada uma das questões.
03. Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma abaixo e, em seguida, assinale a alternativa correta.
(__) O saber científico, em última análise, se opõe ao saber filosófico: os conhecimentos científicos são inquestionavelmente certos, coerentes e infalíveis. Diferente disto, a atitude filosófica é, por excelência, caracterizada como indagação e crítica, cujos principais norteadores são a dúvida e a incerteza.
(__) O saber científico, em última análise, não se opõe ao saber filosófico. O que os diferencia é, sobretudo, uma questão de enfoque: a ciência interessa-se mais em resolver problemas específicos, delimitados, enquanto a filosofia busca estabelecer uma interdisciplinaridade dos diversos campos do saber.
(__) O trabalho da ciência pressupõe, como condição, o trabalho da filosofia. As pretensões da ciência são fundamentadas, principalmente, na confiança que ela deposita na racionalidade dos conhecimentos: este fundamento das ciências, por exemplo, não é científico, mas sim filosófico.
(__) A reflexão empreendida pela filosofia deve, necessariamente, ser desinteressada, neutra e, principalmente, separada do que ocorre no mundo. Ela tem um compromisso com o rigor e a verdade dos resultados das pesquisas científicas, ou seja, pelo fato de ser uma disciplina teórica, deve, necessariamente, abster-se dos acontecimentos da vida social.
A) V,F,V,V.
B) F,F,F,V.
C) F,V,V,F.
E) F,V,F,V.

04. Sobre o conceito Filosofia, assinale a alternativa CORRETA.
A) É o exame do conhecimento em sua generalidade que se desdobra por meio da dialética humana: da prática ao conhecimento e desse conhecimento de retorno à prática.
B) É um exercício sistemático do pensar com clara inspiração científica.
C) É, por si mesma, uma interface sistemático-conceitual que busca ser a extensão do conhecimento rigoroso e sistematizado.
D) É uma análise lógico-crítica da realidade.

05. “Reflexão significa movimento de volta sobre si mesmo ou movimento de retorno a si mesmo. A reflexão é o movimento pelo qual o pensamento volta-se para si mesmo, interrogando a si mesmo. A reflexão filosófica é radical porque é um movimento de volta do pensamento sobre si mesmo para conhecer-se a si mesmo, para indagar como é possível o próprio pensamento. Não somos, porém, somente seres pensantes. Somos também seres que agem no mundo. [...] A reflexão filosófica também se volta para essas relações que mantemos com a realidade circundante, para o que dizemos e para as ações que realizamos nessas relações.”
Sobre a Filosofia, conforme o texto acima, seguem as seguintes afirmações:
I. Independentemente de seu conteúdo ou objeto, uma característica fundamental da Filosofia é a indagação, a interrogação.
II. A Filosofia direciona perguntas como “o que é?”, “por que é?” e “como é?” ao mundo que nos cerca, ao próprio homem e às relações que o homem estabelece.
III. A Filosofia não é algo importante porque não somos apenas seres pensantes.
IV. A reflexão sobre o conhecer e o agir humanos fazem parte da reflexão filosófica.
V. A reflexão filosófica é radical porque é feita sem nenhum tipo de objetivo.
Das afirmações feitas acima
A) apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.
B) apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.
C) apenas as afirmativas I, II, III e V estão corretas.
D) todas as afirmativas estão corretas.
E) todas as afirmativas estão incorretas.